quinta-feira, 5 de junho de 2008

quarta-feira, 4 de junho de 2008

APELIDOS PARAMIRINHENSES

APELIDOS PARAMIRINHENSES

Akai
Baim
Babuge
Balaio
Bam
Bau
Biassucê
Bido
Bilito
Bim de Roque

Bodego
Bolinho
Branquinho
Buim (in memorian)
Cachapaco
Carrim
Chaveirão
Chupetinha
Chuviá
Coquinho
Corujinha
Curicaca
Danha
Dão de Zé Melado
Dara
Dé de Babá
Dela
Doca
Duão
Duda Vida Torta (in memorian)
Dunga Mecânico
Elísio de Pureza
Fiinha de Roque
Filuca
Garapão
Gela
Inhão
Ji de Dito
João Cabelo Azul (in memorian)
Joaquim Carabina
Laércio Boca Torta
Lelé
Luiz do Cabo
Mané Ferrado (in memorian)
Manjolão
Mazim de Gudim
Mimi
Nelson da Água
Neném
Nenengo
Onça
Paciência
PC
Pi de Miguel
Piloto
Potência
Quelé (in memorian)
Raimundo Borrela (in memorian)
Rege de Dô
Roxo
Salvador Pé de Revólver
Seu Caçulo (in memorian)
Seu Zé Doido (in memorian)
Sissi Barbeiro
Sucupira
Tabaco
Teço
Teu do Salão
Tião do Ouro
Tim Badia
Tiquinho
Tõe Bago Doce
Tõe Cabrocha (in memorian)
Tõe Cochila
Tõe de Melé
Tõe Marrada (in memorian)
Tõe Olho de Boi
Tõe Pacó
Tõe Pernambuco
Tõe Taradinho
Tõe Tolo (in memorian)
Tõe Zoim
Tonha Ema (in memorian)
Tufa
Tulinha
Tureba
Vazim de Zé de Lúcia
Yôga
Zé Bananinha
Zé da Baia
Zé da Banana
Zé de Fia (in memorian)
Zé Melado
Zé Topete
Zebedeu
Zezé Cai Cai
Zezinho Jacaré
Zim
Zinga
Zozó

terça-feira, 3 de junho de 2008

MULCHAGEM

MULCHAGEM


Robério Márcio Martins Neves
Engenheiro Agrônomo, M. Sc.
Mestre em Agricultura de Sequeiro

A “mulchagem” é a cobertura do solo com restos de culturas, serragem, capins secos, papéis, lixo, maravalha etc. Os principais benefícios da “mulchagem” ao solo são o abafamento das ervas daninhas, a conservação da umidade, a diminuição nas variações da temperatura do solo e a melhoria da estrutura do solo.
Existem “mulchs” orgânicos, do próprio solo e de pedras.
Os “mulchs” orgânicos são as práticas de cobrir o solo com camadas de capins, palhas, resíduos ou qualquer material que se decomponha.
Diversos experimentos feitos com cobertura do solo por “mulchs” orgânicos indicaram que houve aumento na capacidade de infiltração de água no solo, conservando a umidade do solo por mais tempo e melhorando a estrutura do solo. Houve, também, aumento dos microorganismos do solo para decomposição da celulose do “mulch”, havendo aí maior demanda de nitrogênio pela multiplicação de bactérias e fungos, concorrendo para o amarelecimento das plantas, em virtude da deficiência de nitrogênio. Em solos pobres em nitrogênio, foi indicada uma adubação nitrogenada, após a cobertura do solo, para as lavouras em crescimento.
Havendo cultivo da área, as operações de preparo do solo e a conseqüente exposição do solo, aumentam os processos microbianos. Há então uma diminuição da taxa humosa do terreno, tendo-se necessidade de se fazer práticas conservacionistas.
Com o propósito de se elevar o teor orgânico do solo, faz-se as práticas de rotação de cultura, repouso, adubação orgânica e sombreamento.
Outra prática conservacionista usada para aumentar o teor de matéria orgânica do solo é a cobertura verde ou adubação verde. A adubação verde consiste no plantio de uma leguminosa para posterior enterrio, a fim de aumentar o humo, conservar a água e melhorar a estrutura do solo. A adubação verde contribui para o aumento do teor de nitrogênio no solo, além de melhorar o teor de matéria orgânica do solo, sua estrutura e permeabilidade e, também, proporcionar boa cobertura, protegendo o solo do impacto direto das gotas de chuva.
O “mulch” do próprio solo é a formação entre as fileiras de plantas, em lavouras limpas, de uma camada de terra fofa que, apesar de não impedir a evaporação de água, há economia parcial de umidade, que seria absorvida pelas ervas que foram arrancadas.
O “mulch” de pedras é a cobertura do solo com pedras, com a meta de se conservar umidade. O “mulch” de pedras diminui a erosão, em virtude de diminuir o run-off , porém a conservação da umidade é menor do que a com cobertura de “mulch” orgânico.
O uso de “mulchagem” no Nordeste é viável porque, além dela ser uma eficiente prática para a conservação do solo e da água, contribui para amenizar a temperatura do solo e conservar a umidade, visto que no Nordeste, devido às altas temperaturas, a maior perda de água se dá por evaporação. A “mulchagem” também contribui para o controle de ervas daninhas, serve como adubo orgânico e promove o aumento de produção das lavouras.

MÉTODOS CASEIROS DE COMBATE A PRAGAS

MÉTODOS CASEIROS DE COMBATE A PRAGAS

ELABORAÇÃO:
ROBÉRIO MÁRCIO MARTINS NEVES
Engenheiro Agrônomo, M. Sc.


1. INTRODUÇÃO


As plantas cultivadas, principalmente as hortaliças, são atacadas por diversas pragas, como cochonilhas, pulgões, gafanhotos, lesmas, lagartas, ácaros, caracóis, roedores e formigas. Ao se alimentarem, essas pragas consomem frutos, flores, folhas, partes de ramos e de caules e raízes, danificando o vegetal e causando prejuízos que comprometem a produção.
A solução é aplicar sistematicamente inseticidas para combatê-las. Mas os inseticidas químicos são altamente tóxicos, durante a aplicação, no contato e até na ingestão de frutas e verduras contaminadas por eles.
Para evitar esses problemas, podemos utilizar inseticidas caseiros. Podem não fazer efeito tão rápido quanto os inseticidas químicos, mas com certeza não possuem a mesma toxicidade ou não representam o mesmo perigo para a saúde humana..
Cientes disso, organizamos algumas informações encontradas na literatura agrícola que, de maneira geral, visam:
· Reduzir o uso de produtos químicos (agrotóxicos) que possam vir a poluir o meio ambiente e causar danos à saúde do homem e dos animais domésticos.
· Apoiar o pequeno produtor na condução de suas lavouras, sem agressão ao meio ambiente.
· Possibilitar ao campo ofertar produtos agrícolas – notadamente de horticultura – livres da contaminação de agrotóxicos e para consumo imediato.

2. PREPARO DE MISTURAS CASEIRAS

No ato do preparo da mistura caseira para defesa da planta, deve-se observar o seguinte:
· Evitar trabalhar nas proximidades do fogo.
· Proteger o rosto e as mãos com óculos e luvas.
· Na dissolução de sabões em barra, cortá-los em fatias finas e dissolvê-los previamente em água quente, para posterior mistura a outros materiais.
· Misturar materiais lentamente, agitando a mistura em formação.
· A mistura pronta deve ser guardada em local fresco, seco, protegido da luz solar e fora do alcance de crianças e animais domésticos.

3. APLICAÇÃO DAS MISTURAS

Antes de aplicar a mistura, verificar:

· Se a mistura está homogênea. Havendo presença de grumos ou substâncias pastosas, agitar vigorosamente a mistura e coar antes de carregar o aplicador.
· O funcionamento do aplicador, certificando-se que não há vazamentos.
· Aplicar a mistura à planta pela manhã até às 8 horas e à tarde a partir das 5 horas. Esse procedimento preservará inimigos naturais das pragas, bem como a planta.
· Salvo em raras exceções as misturas devem ser aplicadas logo após o seu preparo ou, no máximo, após 48 horas, se armazenada convenientemente.

Outros aspectos:

· Em geral, as misturas agem por contato com o corpo da praga, permanecendo em atividade por um período de oito a dez horas após a aplicação. As aplicações podem ser repetidas com intervalos de quatro, oito e até quinze dias. A intensidade do ataque da praga determinará o numero de aplicações. Evitar introduzir e/ou transferir pragas na propriedade rural, por manuseio ou transporte de material contendo as mesmas. Proteger aranhas que estendam teias em jardins e/ou pomares. Preservar sapos e lagartixas, porque eles realizam trabalho noturno de faxina, recolhendo e consumindo insetos, lesmas e caracóis. Utilizar repelentes e/ou armadilhas – plantas e materiais – para afastar pragas dos locais de cultivo.

4. MODOS DE CONTROLE DE PRAGAS

4.1 – Controle de caracóis e lesmas.

§ Uso de extratos de plantas aromáticas:
Material: hortelã ou alho ou cebola ou pimenta.
Preparo/aplicação: moer qualquer dos materiais com um pouco de água e extrair o suco. Diluir em água limpa e pulverizar as plantas.


§ Uso de cal virgem ou cinza fria:
Distribuir cal virgem ou cinza fria de madeira sobre uma faixa de 15 cm de largura em torno do canteiro de horta. Aderindo ao corpo da praga, esse material elimina-a.

§ Uso de serragem de madeira:
Aplicar serragem em torno da planta e sobre o solo. Esse material evita que a praga suba na planta. Além disso, a serragem ajuda a manter a umidade do solo.

§ Uso de iscas:
Cerveja - Encher um recipiente pouco profundo e colocado ao nível da superfície do solo com cerveja. As pragas são atraídas pela cerveja, caem dentro do recipiente e afogam-se.
Saco de estopa (aniagem) – Distribuir aniagem ou estopa, bem embebida com água açucarada ou salmoura fraca ou ainda água com leite, à noite nas ruas entre canteiros. Como gostam de locais úmidos, caracóis e lesmas irão se abrigar sob a aniagem ou estopa. Pela manhã, coleta-se as pragas e procede-se a sua eliminação.
Chuchu ou cenoura – Colocar pedaços de chuchu e/ou cenoura nas ruas da horta. Eles atraem lesmas (também grilos). Pela manhã, catá-los.

4.2 – Controle de ácaros:

Os ácaros podem ser controlados com a seguinte mistura:
Ingredientes:
Leitelho (leite desnatado) 1 litro
Farinha de trigo 4 xícaras
Água fria e limpa 20 litros

Preparo/Aplicação: Diluir previamente e sob agitação, a farinha de trigo em 2 litros de água e derramar no restante da água. Ainda sob agitação, adicionar o leitelho. Coar o preparado e pulverizar em seguida.

4.3 – Controle de pulgões, tripes, cigarras saltatórias pequenas (psilídeos), cochonilhas, percevejos pequenos, lagartas pequenas e besouros.

Esses insetos podem ser controlados com a seguinte mistura:
Ingredientes:
Fumo em rolo bem picado (1) 0,5 kg
Sabão brando (2) ou potássico 0,2 kg
Álcool 1 litro

(1) Obtenção do extrato de fumo: Coloque 0,5 kg de fumo bem picado em um recipiente contendo um litro de álcool e tampe-o para que o álcool retire toda a nicotina. Deixar em infusão por 24 horas, coar em filtro de papel e guardar em frasco escuro com tampa.
(2) Sabão sem soda cáustica.

Preparo/Aplicação: O sabão é cortado em fatias finas e dissolvido sob agitação, em dois litros de água quente. Mantendo-se a agitação, despeja-se o sabão em seis litros de água. 150 cm³ do extrato de fumo são dissolvidos em dois litros de água e, sob agitação, são misturados à água e ao sabão. Deixar o preparado esfriar e aplicar na planta.
Obs: Caso haja formação de grânulos na mistura, adicionar a ela 5 a 10 gramas de carbonato de sódio e agitar.

4.4 – Controle de cochonilhas com carapaça e percevejos maiores

Ingredientes:
Querosene 1 litro
Farinha de trigo (baixa qualidade) 1,2 kg
Sabão brando 200 g
Água (de chuva, se possível) 20 litros

Preparo/Aplicação: Dissolver a farinha de trigo em um litro de água fria. Dissolver o sabão em fatias em cinco litros de água quente e adicionar a farinha de trigo. Retirar o recipiente do fogo e, sob agitação, adicionar o litro de querosene lentamente. Em seguida, adicionar os quatorze litros restantes de água. Deixar esfriar e aplicar à planta.

4.5 – Controle de brocas de troncos e de galhos grossos

Ingredientes:
Fumo em corda bem picado 100 g
Água fria e limpa 2 litros

Preparo/Aplicação: Ferver o fumo bem picado em água por 20 minutos, deixar esfriar e coar em pano.
Encher a seringa de injeção e injetar 2 cm³ do coado no orifício aberto pela broca e vedá-lo com cera de abelha ou com argila.
Obs: Para aplicar a mistura, deve-se, previamente, limpar o mais profundamente possível o orifício no tronco ou galho a tratar.

4.6 – Controle de formigas cortadeiras

Ingredientes:
Folhas de angico 1 kg
Água limpa 10 litros

Preparo/Aplicação: Colocar as folhas de angico e a água em uma vasilha de barro ou plástico e deixar em repouso por oito dias. Logo após, retirar as folhas e o formicida estará pronto. Aplicar o preparado diretamente na “boca” do formigueiro na dose de 1 litro por metro quadrado.

4.7 – Atrativos e repelentes

· Atrativos:
Para formigas cortadeiras: Gergelim: as suas folhas são apreciadas pelo inseto, são carregadas para o formigueiro e lá exterminam o fungo que alimenta as formigas.
Para moscas das frutas: Açúcar mais suco de laranja ou melaço a 5% em água.
· Repelentes:
Para lesmas, lagartas e gafanhotos: Misturar bem 1 kg de cinza fria com 1 kg de cal viva e 100 gramas de sal de cozinha fino. Espalhar na superfície dos canteiros.
Para besouros: Espremer bem manjericão em água e pulverizar.
Para formigas: Manter o solo rico em matéria orgânica e plantar hortelã nas bordas dos canteiros.

5 – OUTROS INSETICIDAS CASEIROS

5.1 – Inseticida à base de mandioca brava

Para fazer 1litro, você vai precisar de 4 kg de mandioca brava.
Corte a mandioca em pedaços e passe no moedor. Depois ponha o bagaço num pano fino e torça bem. Esse líquido amarelo, chamado de manipueira, é que vai ser usado. Acrescente uma colher de sopa de farinha de trigo, para que o inseticida penetre melhor nas folhas. Esse é o inseticida concentrado. Para usar, deve ser diluído em água. Para plantas mais delicadas, como avencas e samambaias, use uma parte de manipueira para 3 ou 4 partes de água. Pulverize em cima dos parasitas. Aplique três vezes, com intervalo de 10 dias entre uma aplicação e outra. O que sobrar, use como adubo. Ponha seis partes de água para cada parte de manipueira e pulverize sobre as folhas das plantas. Este adubo é rico em nitrogênio, potássio, fósforo, cálcio, magnésio, ferro e enxofre.

5.2 – Inseticida à base de pão e vinagre

Ingredientes: pão caseiro e vinagre.
Coloque pedaços pequenos de pão caseiro embebido em vinagre próximos às tocas / ninhos / carreadores onde as formigas estão cortando. O produto introduzido na alimentação das formigas começa a criar mofo preto e fermentar. Isso é tóxico e mata as formigas. Indicação: formigas saúvas.

5.3 – Inseticida à base de alho e sabão

Ingredientes:
03 cabeças de alho
01 colher grande de sabão picado
Amasse as cabeças de alho, misturando em parafina líquida. Dilua este preparado para 10 litros de água, adicionando o sabão. Pulverize logo em seguida.
Indicações: repelente de insetos, bactérias, fungos, nematóides, inibidor de digestão de insetos e repelente de carrapatos.

5.4 – Inseticida à base de cerveja

Ingredientes:
Cerveja com água açucarada.
Coloque à noite, perto das plantas atacadas por lesmas, um preto raso com a mistura de cerveja e água açucarada. Na manhã seguinte, as lesmas estarão dentro do prato. Isso possibilita o controle mecânico, uma vez que esta associação apresenta-se bastante atrativa.
Indicações: atrativos para lesmas.

5.5 – Inseticida à base de coentro

Ingredientes:
Folhas de coentro
02 litros de água
Cozinhe as folhas de coentro em 2 litros de água. Para pulverizar sobre as plantas, acrescente mais água, podendo a quantidade ser alterada em função dos resultados.
Indicações: ácaros e pulgões.

5.6 – Inseticida à base de fumo

Ingredientes:
200 g de fumo em corda
01 litro de água
02 colheres de sopa de sabão de coco neutro
Pique o fumo em corda e deixe curtir por 24 horas e depois ferva por 10 minutos. Filtre e dilua em 5 litros de água. Acrescente 2 colheres de sabão de coco e pulverize sobre as plantas a cada 15 dias, durante a infestação.
Indicações: pulgões, cochonilhas e ácaros.

5.7 – Inseticida à base de cravo de defunto

Ingredientes:
100 g de folhas de cravo de defunto
01 litro de água
Misture as folhas e talos do cravo de defunto em 1 litro de água. Leve ao fogo durante 20 minutos. Deixe de molho por dois dias. Coe e pulverize sobre as plantas atacadas.
Indicações: pulgões, ácaros e lagartas.

5.8 – Inseticida à base de piretro

Ingredientes:
150 g de piretro seco
300 g de sabão de coco neutro
10 litros de água
Deixe as flores de piretro em solução de sabão e água por 30 minutos. Mexa, filtre e aplique sobre as plantas.
Indicações: insetos em geral.

5.9 – Solução de querosene e sabão
A solução de sabão com querosene é indicada no controle da cochonilha farinhenta.

Ingredientes:
01 litro de querosene
400 g de sabão em pedra
01 litro de água

Fatie o sabão em tiras pequenas e coloque em uma vasilha e leve ao fogo. Deixe que a água ferva, mexendo sempre e depois retire, acrescente o querosene, batendo até virar uma pasta. Nunca acrescente o querosene com o fogo aceso. Com esta pasta, dilua um litro em 9 litros de água e pulverize a planta atacada, até dois dias após o preparo.

5.10 – Emulsão de óleo
A emulsão de óleo tem ação inseticida de contato contra sugadores, como ácaros, pulgões e cochonilhas.

Ingredientes:
01 litro de óleo mineral ou vaselina líquida
100 g de sabão comum
0,5 litro de água

Pique o sabão em pedaços pequenos e dissolva em 200 ml de água fervente. Retire do fogo e misture com o óleo mineral ou a vaselina líquida. Para a aplicação, diluir uma parte em 10 a 50 partes.

5.11 – Pasta para pincelamento de tronco
Esta pasta é utilizada para a prevenção de ataque de brocas e cochonilhas.

Ingredientes:
0,5 kg de enxofre
01 kg de cal hidratada
250 g de sal de cozinha
7,5 litros de água
Inseticida fosforado (dosagem especificada na bula)

Misture tudo até formar uma pasta e, com um pincel, passar nos troncos e bases de ramos podados.

6 – CALDAS

6.1 – Calda Bordalesa

A Calda Bordalesa tem um amplo uso em frutíferas e hortaliças. Além de ser um fungicida com as mesmas propriedades dos fungicidas cúpricos existentes no mercado, ela traz ainda a vantagem de ser repelente a vários insetos como as cigarrinhas, a pulga do fumo, o burrinho da batata, os psilídeos, entre outros. Ela é preparada à base de sulfato de cobre, cal virgem e água.

Ingredientes:
100 g de sulfato de cobre
100 g de cal virgem
10 litros de água

Modo de preparo:
Triture bem o sulfato de cobre, coloque em um saco de pano e deixe mergulhado em um balde contendo cinco litros de água. Deixe assim por uma hora, para que o sulfato de cobre possa se dissolver totalmente. Em outra tina, coloque a cal virgem e, aos poucos, coloque pequenas quantidades até formar uma pasta homogênea. Depois junte água até completar cinco litros. Em outro recipiente de dez litros, junte as duas soluções simultaneamente aos poucos, mexendo a mistura, enquanto prepara. No final, verifique se a solução está neutra, utilizando o papel indicador de pH. A calda precisa ser filtrada antes da pulverização, para evitar entupimento dos bicos do pulverizador. A aplicação deve ser feita no mesmo dia do preparo. Este produto nunca deve ser feito em vasilhame de ferro.

6.2 – Calda Viçosa

A Calda Viçosa tem como base a Bordalesa, porém, ela é enriquecida com sais minerais. Essa mistura é indicada para o tratamento preventivo contra as doenças fúngicas e nutriente foliar de culturas como banana, figo, goiaba, laranja, maçã, maracujá, pêra e uva. A composição básica para o preparo de dez litros é:
50 g de sulfato de cobre
75 g de cal hidratada
10 a 20 g de sulfato de zinco
80 g de sulfato de magnésio
10 a 20 g de ácido bórico
40 g de uréia

Modo de preparo:
Coloque a metade da água no recipiente e prepare a água de cal (é a mesma utilizada para a pintura de paredes, desde que seja nova). Coloque a outra metade de água em outro recipiente para dissolver os sais minerais. Em um terceiro recipiente, coloque o volume de cal já preparado, correspondente à metade do volume desejado de calda (5 litros), misture aos poucos a água de sais, sempre em constante agitação. Ao final, a calda deve ser azulada e deve estar com o pH entre 7,5 e 8,5. Utilize sempre recipientes de plástico, amianto ou alvenaria, que não são atacados pelos sais. Nunca deve ser preparada em quantidades muito grandes, pois não se deve guardar as sobras.

6.3 – Calda Sulfocálcica

A Calda Sulfocálcica é um sulfurado inorgânico, resultante da dissolução de enxofre e cal virgem ou hidratada. Age como fungicida, acaricida, inseticida e adubo foliar.

Ingredientes:
750 g de cal hidratada ou 500 g de cal virgem
01 kg de enxofre em pó
Água
Vasilha para fervura
Fogão
Aerômetro de Baurne

Modo de preparo:
Em uma vasilha de dez litros, coloque 500 g de enxofre em pó de boa qualidade, acrescente 400 g de cal hidratada ou 250 g de cal virgem (a cal virgem possui mais cálcio que a cal hidratada). Em seguida, coloque 2 litros de água no balde, mexa bem e acenda o fogo, esperando a calda ferver. Marque 45 minutos de fervura e reponha a água evaporada. Espere ferver novamente e deixe mais 15 minutos. Retire do fogo e coloque uma tampa no latão, deixe esfriar a calda e decantar por uma noite. Uma outra alternativa é esperar esfriar e coar com um pano dobrado ou um saco alvejado. Uma boa calda sulfocálcica deve apresentar densidade entre 22 e 33 graus Baurne. No dia seguinte, utilize a calda, mas apenas a calda sobrenadante deve ser recolhida. Pegue uma caneca e retire a calda, tomando o cuidado de não agitar o fundo, colocando em um recipiente de vidro ou plástico. No final, a calda tem uma coloração marrom café. Quando colocada no vidro ou plástico, torna-se cor de vinho. Para armazenar, a calda não pode ficar em contato com o ar, sendo necessário recipientes tampados. Caso precise armazenar grandes quantidades, podem ser utilizados tambores, desde que sejam de cobre. A partir da calda pronta deve ser feita a diluição recomendada para cada cultura, apenas na hora da aplicação.

7 – MÉTODOS DE CONTROLE DE DOENÇAS

7.1 – Chá de camomila

Controla diversas doenças fúngicas. Para preparar esse chá, pegue um punhado de flores e faça imersão em água fria por dois dias, depois pulverize esse chá sobre as plantas. Ele tem uma boa eficiência, principalmente em mudas de sementeiras.

7.2 – Solução de sal e vinagre

Uma excelente mistura para a eliminação de lesmas, caramujos e moscas brancas é a utilização de sal, vinagre e sabão. Para fazer, misture cinco colheres de sal de cozinha, 100 ml de vinagre, 50 g de sabão em pó e 5 litros de água. Misture tudo, coe e pulverize pelo menos uma vez por semana nos locais onde os insetos aparecem.

7.3 – Extrato de primavera

O vírus vira cabeça é uma ameaça constante para a plantação de hortaliças, principalmente o tomateiro. Um bom produto para combater este vírus é o macerado de bougainvillea ou primavera. Controla totalmente o aparecimento do vírus. Bata no liquidificador 2 litros de folhas de primavera e 1 litro de água por um minuto e, em seguida, misture em 20 litros de água. Pulverize esta mistura sobre as hortaliças.

7.4 – Plantas defensivas

O emprego de chás, extratos ou sucos de plantas é uma alternativa viável para o combate de muitas pragas e doenças. As principais plantas utilizadas são: alho (extrato de alho, com ação fungicida e bactericida), confrei (adubo foliar e combate de pulgões em frutíferas) e fumo (nicotina)

8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como vimos, os inseticidas caseiros são a alternativa mais prática e mais vantajosa no combate aos insetos caseiros, pragas de jardins e hortas. De boa utilização, o inseticida apresenta menor custo de produção, baixa toxicidade, fácil manuseio, comprovada eficácia e não polui o meio ambiente.

9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ESCALA RURAL ESPECIAL. Mais saúde na sanidade das culturas. Ano III. Nº 16. Ed. Escala Ltda., SP. p. 58-61. 2003.

EPSTEIN, L. H. Modos caseiros de controle de pragas. Bahia Agrícola, v.1, nº 3, fev. 1997. p. 23-25.

Pinto, M. L. Inseticidas caseiros. Tribuna do Sertão, 1999.

HORTOS MUNICIPAIS: UMA NECESSIDADE

HORTOS MUNICIPAIS: UMA NECESSIDADE


Robério Márcio Martins Neves
Engenheiro Agrônomo, M. Sc.
Mestre em Agricultura de Sequeiro


Em nossa região, que é predominantemente quente e seca na maior parte do ano, a arborização, tanto urbana como rural, é de fundamental importância, visto que as árvores desempenham papéis que resultam em benefícios para a natureza e para o homem, como reguladoras do clima – fazendo com que a temperatura suba menos durante o dia e baixe menos durante a noite -, além de purificar o ar, absorvendo gás carbônico e expelindo oxigênio, fornecendo sombra e embelezando as cidades, vilas e povoados.
Em face da importância da arborização para a nossa Região, é que vimos a necessidade das Prefeituras Municipais instalarem viveiros de mudas e sementes, com o objetivo de suprir as carências dos Municípios, em relação à arborização de ruas, praças, parques e jardins, além de matas ciliares e redor de lagoas, tanques etc., e, também, atender a outros tipos de demandas regionais, por parte de escolas, cooperativas, associações, agricultores e população em geral.
Atualmente os Municípios buscam mudas e sementes junto a Hortos Florestais de outros municípios maiores ou da Secretaria da Agricultura que, apesar de grandes e estruturados, não produzem mudas e sementes em quantidades suficientes.
Sentindo a necessidade da produção de mudas e sementes por parte das próprias Prefeituras, para utilização tanto na zona urbana como na zona rural, é que sugerimos às Prefeituras Municipais desta Região, a instalação e a condução desses Hortos Florestais em moldes que não gastem muito dinheiro nem são feitos convênios. Um termo de colaboração ou de ajuste com a Secretaria da Agricultura, através de seus órgãos representativos nos municípios é o suficiente. A Secretaria da Agricultura faz o treinamento do pessoal e cuida da instalação do Horto Municipal. A Prefeitura entra com o terreno, um supervisor, os operários, o material etc. A assistência técnica pode ser prestada por algum órgão dos que atuam nos municípios ou mesmo através dos técnicos da Prefeitura.
Com o desenvolvimento dos trabalhos, pode-se criar uma Bolsa de Sementes, que funcionará de maneira informal: determinado município recolhe as sementes das árvores dominantes naquela Região, fica com a quantidade que precisa e encaminha o excedente para outros municípios. Também poderão participar da bolsa, fornecendo e recebendo sementes, produtores particulares e outros órgãos como cooperativas, associações, escolas técnicas etc. O que irá contar não é o tipo de fornecedor nem de recebedor, mas a produção de sementes, que é um material escasso. Há, ainda, os Hortos Industriais que são grandes compradores de sementes (indústrias de celulose, de tanino etc.) e os produtores poderão ganhar um bom dinheiro.
Para a instalação de um Horto Florestal Municipal, a área mínima exigida é de 1,0 hectare, para garantir a produção de cerca de 50 mil mudas/ano, que deverá ser a demanda de cada município. O terreno precisa ter boa insolação e, principalmente, boa aguada. A boa água é fundamental para a formação das mudas. Também é necessário um pequeno galpão para a guarda de ferramentas e para o trabalho em dias chuvosos. A área deve ser cercada, para evitar a entrada de animais, e ter um quebra-vento na direção dos ventos dominantes no local. Dois a três operários bastam para dar um bom andamento do serviço.
O trabalho de produção de mudas começa com o preparo da terra, a definição dos canteiros e o combate às formigas. Depois vem a semeadura dos canteiros e, noutra época, faz-se o enchimento das embalagens. A transferência das mudas das sementeiras (canteiros) para as embalagens, chama-se repicagem e é feita quando a plantinha já tiver cerca de três folhas definitivas, para um melhor pegamento. Recomenda-se o plantio das sementes com intervalo de quinze dias, para que, quando chegar a hora da repicagem, esta possa ser efetuada de modo escalonado.
O fundamental, no trabalho de formação de mudas, tanto de plantas para arborização como para frutíferas e floríferas, é a prática dos operários. Isto porque a viveiragem é um trabalho artesanal e seqüencial.
Poder-se-á dizer que o recomendado aqui seja dispendioso e, talvez, inexeqüível para as Prefeituras menos ricas. Mas podemos garantir que o caro aqui, sairá barato, em face dos benefícios que proporcionarão a todos nós e às futuras gerações.

A VELHA E BOA ENXADA

A VELHA E BOA ENXADA


Robério Márcio Martins Neves
Engenheiro Agrônomo, M.Sc.
Mestre em Agricultura de Sequeiro


A mais antiga e mais usada ferramenta agrícola é a enxada. Ela é o instrumento mais importante dentro do segmento de ferramentas agrícolas. Apesar do desenvolvimento de grandes e modernos equipamentos agrícolas, a enxada continua tendo o seu espaço nas lavouras brasileiras. O seu valor utilitário é inestimável, sendo indispensável para quem trabalha em horticultura. A inviabilidade de aquisição de máquinas devido a fatores econômicos, tipos de terreno e plantio são também três dos fatores determinantes desta opção pelo meio manual. A enxada serve ao pequeno agricultor desde a preparação do solo, plantio, limpeza e até colheita, dependendo do caso.
A enxada contribui, também, com a preservação ecológica, pois nas capinas manuais ela mantém as ervas daninhas afastadas das plantações, evitando-se, assim, o uso de produtos químicos.
Em regiões muito acidentadas, a enxada é insubstituível, visto que nestes casos as máquinas não têm condições de operar. É também indicada para regiões quentes, com pouca umidade, onde não se deve remover muito o solo para que a umidade não se perca com facilidade. Neste caso a enxada faz a capina superficialmente.
A enxada está definitivamente incorporada à paisagem rural do Brasil. Ela constitui no principal símbolo agrícola brasileiro. Não se concebe ver a figura de um lavrador sem a enxada às costas. Entre as ferramentas agrícolas esta é a que mais sofre influências das peculiaridades de um povo. Há diversos tipos e usos da enxada, dependendo de cada região e cultura agrícola. Hoje, no Brasil, existem muitos modelos de enxadas, que surgiram em função da influência de vários povos na formação do povo brasileiro. Antigamente somente os ferreiros produziam as enxadas, mas hoje já existem grandes indústrias fabricantes da ferramenta. O mais importante de uma ferramenta agrícola, no caso da enxada, é que ela cumpra satisfatoriamente a sua finalidade. Outros fatores importantes na enxada são o material, o seu formato e o seu tamanho. Para a capina é necessário que a enxada seja leve. Para trabalhos mais pesados há os enxadões, que são peças mais estreitas e mais reforçadas, indicadas para destocar terrenos novos, afofar a terra para o plantio e limpeza em pastagens.
Os cuidados com as enxadas são essenciais para a sua durabilidade, assim como acontece com toda ferramenta agrícola. É importante guardar a enxada limpa evitando, com isto, prejuízo provocado por adubos, entre outros. A limpeza aumenta o tempo de uso do produto. Outro fator primordial na conservação da enxada é a afiação da enxada. Os agricultores gostam de ter suas enxadas bem afiadas e, para isso, geralmente eles o fazem com pedras apropriadas, sendo uma para amolar e outra para afiar.
A enxada é um instrumento tão singelo e tão atual em seu desempenho ecológico, tão fácil de manejar e ao mesmo tempo tão eficaz,
que pode faltar tudo em uma propriedade agrícola, menos a velha e boa enxada.
A enxada é a companheira inseparável, principalmente, do pequeno agricultor. Todo agricultor tem sua enxada própria, do seu jeito, desde o cabo até o modo de afiar e conservar. Pelo inestimável serviço prestado pela enxada, notadamente aos menos favorecidos lavradores, é que estamos fazendo esta homenagem à velha e boa enxada.
O JUAZEIRO: VERDE EM PLENA SECA

Robério Márcio Martins Neves
Engenheiro Agrônomo, M. Sc.
Mestre em Agricultura de Sequeiro



Todo sertanejo conhece muito bem o juazeiro: é uma das árvores mais populares do Nordeste porque, nem mesmo durante as secas mais prolongadas ele fica seco. O fenômeno se deve a um curioso mecanismo: as raízes do juazeiro crescem sem parar, até encontrar umidade em alguma parte do terreno onde está fixada.
O juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart) é uma árvore de porte mediano, alta às vezes, de tronco reto ou tortuoso, armado de fortes espinhos, com ramos flexuosos, subdivididos, pubescentes ou não, que freqüentemente se esgalham a partir da base do caule. É uma das plantas arbóreas típicas dos sertões nordestinos. Prefere os solos aluviais argilosos, mas cresce em toda a parte, inclusive nos tabuleiros mais áridos e pedregosos, onde adquire feição quase arbustiva. Não gosta, contudo, de solos úmidos e encharcados. Conserva-se sempre verde, nunca se despe de toda a folhagem, que se renova pelo mês de outubro, mesmo nas mais rigorosas secas, graças ao amplo e profundo sistema radicular, capaz de coletar a escassa umidade existente no subsolo. É largamente distribuído em todo o Nordeste e em todas as suas zonas ecológicas, sendo mais abundante no sertão, na caatinga e no agreste, desde o Piauí até a Bahia.
Não pode ser considerado uma espécie florestal, mas deve ser apreciado como árvore utilíssima nos sertões batidos por soalheiras intensas e constantes, pois a forma globosa de sua copa é um abrigo indispensável à beira dos caminhos e estradas, nos pátios, currais e mangas, cercados e soltas como árvore de sombra e forrageira. Não é mais difundido porque, desde que desabrocha sua semente, a nova mudinha é perseguida pelas criações. Os grandes rebanhos já não a poupam como arbusto ou árvore em desenvolvimento. A reprodução está muito dependente do apodrecimento da polpa, que muitas vezes só um ano depois, passado o inverno, está a semente em condições de germinar. Livre a semente e encontrando condições ambientais, protegidas do sol, germinam muito lentamente. Tratadas em laboratório, despolpadas, sacadas ao ar e colocadas em germinadores, dentro de 10 (dez) dias começam a despontar, levando-se mais ou menos 20 (vinte) dias para se desabrocharem. Pode-se contar de 1.000 a 1.500 sementes por litro e umas 2.000 por quilo.
Não há matas de juazeiro. É uma espécie que se apresenta isoladamente dentro e fora das matas xerófilas, espalhadas nos pés de cercas, nas capoeiras degradadas e ao longo das divisórias feitas de madeira, de preferência onde ficam protegidas do alcance dos rebanhos miúdos e gado vacum que, com a língua, a vão puxar nos mais inacreditáveis recônditos.
O juazeiro deve ser plantado em faixas ou agrupamentos. Primeiro, como quebra-vento e abrigo para os rebanhos e, segundo, para a pequena criação. Não há pragas ou moléstias a temer economicamente, a não ser, às vezes, a lagarta da folha. Todavia, o seu cuidado principal está no plantio em definitivo e na sua cuidadosa proteção contra os caprinos e os ovinos, principalmente.
UTILIDADES DO JUAZEIRO – A principal utilidade reconhecida dessa espécie é ser forrageira, com a vantagem de ser sempre verde, apesar de ser uma espécie xerófila. Suas folhas, quer verdes ou secas, servem de alimento aos rebanhos, assim como os seus frutos maduros depois que caem. Esses, depois de secos à sombra, caídos ao solo, tornam-se verdadeiras passas, que são saboreadas pelos ovinos e caprinos. Um excelente vinho tipo “moscatel” pode ser feito com o fruto nesse estado.
A composição química das folhas do juazeiro, segundo análises feitas pelo Museu Nacional e por Aguinaldo José de Sousa, é a seguinte, considerando apenas proteína bruta e hidratos de carbono:

a) Constituição da matéria seca:
- Proteína bruta............................ 18,10%
- Hidratos de carbono...................41,73%

b) Composição da matéria verde:
- Proteína bruta............................16,50%
- Hidratos de carbono.................. 37,10%

As folhas do juazeiro são também ricas em nitrogênio total, celulose isenta de pentose, amido, extrato etéreo etc. O fruto maduro encerra 480 U.I. de Vitamina C por 100 cm³. Os frutos são estimados pelas crianças e até pelos adultos, que deles se fartam quando reina a fome nos sertões, é também procurado pelos cães e pelos herbívoros.
OUTRAS UTILIDADES – Nem só para sombra e alimento serve o juazeiro. Cientistas já comprovaram que o juazeiro pode combater a caspa. A descoberta foi realizada pela equipe do cientista José Maria Barbosa Filho, Diretor do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da Universidade Federal da Paraíba. Segundo o cientista da UFPB, a caspa pode ter várias causas, mas todas estão ligadas à infecção causada pelo fungo Ptirosporum ovale. Ele se aproveita do enfraquecimento do organismo para proliferar. O resultado de sua proliferação é o aparecimento da caspa. O microorganismo, porém, não resiste à saponina, substância encontrada na casca do juazeiro. A saponina atua bloqueando o crescimento do fungo.
Segundo Balbach, o juazeiro tem emprego nas febres intermitentes. Para o combate à febre, ele recomenda usar a casca do juazeiro em decocção, na dosagem de 20 gramas para 1 litro de água, tomando 4 a 5 xícaras por dia.
Popularmente, o juazeiro é usado de várias maneiras: a raspa da casca tem propriedade estomacal e como saponáceo, e reduzida a pó, é o dentifrício do sertanejo, com eficácia comprovada na remoção da placa bacteriana, bem assim a sua infusão alcoólica é excelente tônico para os cabelos. Serenada em água fria, amacia e clareia os pelos do rosto.
Diante da importância e da magnitude do juazeiro para o povo sertanejo é que vemos a necessidade de cada agricultor conservar a sua árvore de juazeiro, promovendo também a sua difusão.